Um perfil criado nas redes sociais no distrito de Bandiaçu, em Conceição do Coité, tem gerado revolta em algumas famílias após a divulgação de conteúdos difamatórios envolvendo jovens da comunidade.
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A página (explana_bandicu) no Instagram tem publicado ofensas direcionadas a meninas da localidade, muitas vezes com insinuações de caráter íntimo e associando-as, de forma caluniosa, à prostituição. (O Portal Raízes opta por não reproduzir os conteúdos postados).
Em entrevista à jornalista Rafaela Rodrigues, a mãe de uma das vítimas, que preferiu não ser identificada, relatou o impacto emocional sofrido pela filha.
“Sou mãe e fico imaginando o que estamos passando. Criei minha filha com tanto cuidado, ela vai para a escola, raramente sai de casa, tem um comportamento exemplar e agora precisa enfrentar uma acusação de algo que nunca fez. Desde então, ela chora compulsivamente e não quer sair de casa”, desabafou.
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Segundo a mãe, a situação tem gerado temor de que o abalo psicológico resulte em problemas de saúde.
“Eu só peço que a pessoa por trás dessa página pare com isso. São muitas famílias sofrendo. Prezamos pela paz e temos uma conduta honesta. É inadmissível que tentem manchar a honra de pessoas inocentes”, acrescentou.
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A situação virou uma “bola de neve” devido às constantes publicações ofensivas. Um familiar de uma das vítimas já registrou queixa na Delegacia Territorial de Conceição do Coité, que abriu investigação para identificar o autor ou autora do perfil.
O caso pode ser enquadrado em crimes previstos no Código Penal e também na Lei nº 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD), além de se configurar como crime contra a honra (calúnia, difamação ou injúria), previstos nos artigos 138 a 140 do Código Penal. Por se tratar de publicação em ambiente digital, também pode ser investigado à luz da Lei Carolina Dieckmann (Lei nº 12.737/2012) e do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014), que responsabilizam criminalmente os autores de ofensas virtuais.
A Polícia Civil informou que as investigações irão buscar identificar o responsável pela criação e administração do perfil, podendo solicitar quebra de sigilo de dados junto às plataformas para rastrear o autor do crime.
Redação
Foto:.Ilustração