Um caso ocorrido na noite de terça-feira (21), no bairro da Quadra, em Conceição do Coité, servirá de lição para muitas pessoas que utilizam uma combinação perigosa de medicamentos e bebidas alcoólicas.
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Uma mulher de 32 anos foi encontrada desacordada, não respondendo aos estímulos. Ela estava com seu filho de apenas sete anos.
Conforme relatado pelo garoto, a mãe ingeriu bebidas durante o dia e à noite tomou um antidepressivo com sal.
Ele acionou os vizinhos que, imediatamente, chamaram os socorristas do Águia Resgate, os quais realizaram os procedimentos e encaminharam à emergência do Hospital Português.
Em entrevista à jornalista Rafaela Rodrigues, o psiquiatra Rangel Mascarenhas informou que essa junção poderia ter custado a vida da moça.
Psiquiatra Rangel Mascarenhas
“ O uso de álcool pode interferir significativamente na ação de medicamentos psicotrópicos, como antidepressivos, antipsicóticos, benzodiazepínicos e estabilizadores de humor. Essas interações não apenas reduzem a eficácia dos tratamentos, como também podem gerar efeitos adversos graves”, explicou o especialista.
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Conforme o especialista, o álcool pode ter potencializado o efeito dos psicotrópicos e, por consequência, teve danos colaterais.
“O uso de álcool pode potencializar os efeitos sedativos e até mesmo precipitar crises convulsivas quando concomitante ao uso de antidepressivos tricíclicos. Também comprometem o funcionamento adequado dos inibidores da recaptação de serotonina. A interação também pode aumentar o risco de sonolência e tontura, levando ao aumento do risco de acidentes. Além disso, o uso crônico de álcool pode reduzir a eficácia dos medicamentos, agravando os sintomas depressivos”, relata.
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O especialista faz um alerta sobre indivíduos que praticam a mesma ação feita pela coiteense e menciona problemas sérios à saúde.
“ Quando usado por pessoas que usam antipsicóticos, há risco de depressão respiratória, sedação excessiva e aumento do efeito depressor do sistema nervoso central (SNC), especialmente com antipsicóticos sedativos. Ao ingerir etílicos com benzodiazepínicos, a combinação é especialmente perigosa, por intensificar a sedação e o risco de overdose, podendo levar a coma e morte. Quanto ao uso com os estabilizadores de humor, o álcool pode reduzir os níveis séricos dos mesmos, dificultando o controle do humor. Em casos crônicos, há também risco de toxicidade hepática”, conclui.
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Além dos antidepressivos, veja outros medicamentos e o que eles podem fazer no nosso corpo.
Álcool + calmantes (ansiolíticos)
Aumenta o efeito sedativo, o risco de coma e insuficiência respiratória.
Álcool + inibidores de apetite
Pode aumentar o potencial de efeitos sobre o sistema nervoso central, como tontura, vertigem, fraqueza, síncope e confusão.
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Álcool e insulina
Pode gerar hipoglicemia, pois o álcool inibe a disponibilidade de glicose realizada pelo organismo. A alimentação deve ser bem observada, pois com o álcool, a única disponibilidade de glicose vem das refeições. Vale ressaltar que também pode causar efeito antabuse, relacionado a sintomas como náusea e vômito, palpitação, dor de cabeça, pressão baixa, dificuldade respiratória e risco de morte. Uso agudo de etanol prolonga os efeitos enquanto o uso crônico inibe os antidiabéticos.
Álcool e anticonvulsivantes
Aumenta os efeitos colaterais e o risco de intoxicação, enquanto diminui a eficácia contra as crises de epilepsia.
Redação.
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