Familiares e amigos do policial militar Othon Carlos realizaram, nesta quinta-feira (26), uma manifestação em frente ao Fórum Durval da Silva Pinto, em Conceição do Coité, na região sisaleira da Bahia. O ato foi organizado pela esposa do PM, Luiza Maria, que tem feito apelos públicos pela libertação do marido, preso desde o dia 22 de fevereiro sob suspeita de envolvimento na morte do advogado Élido Ernesto Reyes Júnior, assassinado a tiros dentro de um carro no centro da cidade em 11 de fevereiro.
A manifestação teve como principal objetivo chamar a atenção das autoridades e da sociedade para o que os familiares alegam ser uma prisão injusta. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Luiza afirmou que não existem provas concretas que apontem Othon como autor do crime e questionou a manutenção da prisão mesmo após o término do prazo inicial de 30 dias da detenção temporária, que foi prorrogado por mais 30 dias. Segundo ela, ao longo dos dois meses de prisão, não foram apresentadas novas evidências, mas ainda assim o policial passou a responder a uma ação penal e já é tratado como réu.
Durante o ato, Luiza pediu que a comunidade local comparecesse ao fórum como forma de apoio e destacou o sofrimento vivido pela família desde a prisão do marido. Ela também afirmou que os pedidos de liberdade feitos pela defesa vêm sendo sistematicamente negados pela Justiça, o que motivou a iniciativa de tornar o caso público. A manifestação ocorreu de forma pacífica, com faixas, cartazes e declarações que pediam justiça e o restabelecimento da liberdade de Othon.
Estiveram presentes diversos grupos e representantes da sociedade civil, incluindo o advogado da família, membros do grupo de resgate Anjos da Vida, guarnições da Polícia Militar e vários colegas de farda do policial, que acompanharam o ato mesmo fora de serviço. Muitos comerciantes locais e representantes das comunidades de Tapera, São João, Goiabeira, Caruaru, Bairro Fluminense e São Roque também participaram, demonstrando solidariedade à família.
Luzia relatou, visivelmente emocionada, que chegou a chorar em determinado momento, mas destacou que a maioria dos presentes permaneceu firme, mesmo debaixo de chuva, enquanto outros se abrigaram na área em frente ao fórum. A condução das falas ficou sob responsabilidade da irmã Sidnéia Ramos, que liderou boa parte da manifestação. Também discursaram a brigadista Laiza, dos Anjos da Vida, a ativista social Nenga da Cocada e a tia de Othon, Rozina Silva, que encerrou o momento com a oração do Terço da Divina Providência.
Após a manifestação, os participantes seguiram em carreata pelas ruas de Conceição do Coité, encerrando o trajeto em Terra Nova, em frente à residência da família de Othon. O caso, que segue sob sigilo judicial, está na fase de coleta de depoimentos das testemunhas arroladas. A defesa sustenta que não há elementos que justifiquem a continuidade da prisão preventiva, enquanto a acusação defende o aprofundamento das investigações. A mobilização desta quinta-feira marcou o primeiro ato público organizado pelos familiares e reforça o apelo por uma reavaliação da medida cautelar.






